terça-feira, 16 de abril de 2013

Quem eu sou...


Quando organizei minha primeira conferência para o MinAMD eu ainda estava trabalhando no meu emprego secular. Inclusive durante o evento, tinha que ir a tarde trabalhar, porque já tinha esgotado os dias de minhas férias participando de outras conferências. As coisas estavam começando a ficar corridas demais, e foi então que Deus falou comigo, para deixar meu emprego secular e me focar no trabalho do ministério.

Durante aquele momento o trabalho no ministério era pouco, e por isso as pessoas ao me redor foram contra a decisão de deixar o trabalho secular. Devido a falta de incentivo, acabei continuando no emprego, mas não havia mais paz no meu coração... O que fazer?

Diante de tal dilema, meus chefes até me deixaram trabalhar apenas 6 horas pelo mesmo salário, eles gostavam de mim e do meu trabalho e não queriam que eu fosse embora também. Mas conforme o tempo passava, mais ardia dentro de mim o desejo e a insistência do espírito em deixar aquele emprego.

Foi então que tomei a corajosa decisão de deixar por completo o emprego secular, eu tinha convicção que Deus iria me prover algo, se eu obedecesse sua direção. E foi então que comecei a trabalhar no escritório do MinAMD. E dito e feito, Deus proveu, um mês depois fui oficialmente contratada e de lá pra cá o trabalho só aumentou.

Depois de um tempo o trabalho aumentou taaaannnttooooo que se tornou um peso. Era muita demanda e minhas tendências perfeccionistas estavam tornando tudo ainda mais pesado. Eu não tinha mais tempo para nada, trabalhava direto, minha saúde estava ficando prejudicada...

Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Mt. 11:30

Foi então que "por acaso" comecei a ouvir uns ensinos do Gary Carpenter em que ele falava, que chegou num momento em que não tinha mais tempo para passar com Deus, porque as tarefas do ministério estavam consumindo todo o tempo. Então ele orou a Deus: "Senhor, você que me deu este ministério, e ele só vai existir se eu passar tempo com você, tiver um relacionamento. Então a partir do dia tal, não irei mais fazer a duplicação das fitas, enviar material, irei voltar a passar tempo com você exclusivamente." Como ele abriu mão daquilo, Deus pode entrar e agir, e mandou alguém até a porta dele que disse que se responsabilizaria não só pelo trabalho, mas pelos custos também!

Não é demais?

Então comecei a simplesmente reduzir minhas horas de trabalho para passar tempo com Deus, em oração, em relacionamento. E a orar para que Deus fizesse com que eu conseguisse completar todas as minhas tarefas dentro do horário que eu havia estabelecido.

Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33

E logo, senti um alivio físico e mental, e mais clareza para fazer as coisas. E claro que Deus me mandou ajudantes nos momentos críticos.

Mas o que é fácil é se deixar levar pelas coisas que fazemos e deixar que elas nos definam como pessoa. É muito fácil para alguém que trabalha diretamente com o ministério, se deixar levar por ele, e deixar que ele dite e defina quem você é. Além, desse trabalho se tornar seu relacionamento com Deus.

Por muito tempo, sem perceber eu deixei que meu trabalho definisse não só quem eu era, mas também meu relacionamento com Deus. E quando ouvi a Joyce falar pela primeira vez: "Deus se importa mais com quem você é, do que com o que você faz" me chocou, e fiquei confusa. Como que pode? Quem eu sou, vale mais do que o que eu faço? Então se eu for uma pessoa que guarda magoa, que odeia as pessoas, mas trabalhar no ministério "para as pessoas" nada vale?

Pois é, é bem por aí! Isso me chocou muito e demorou meses para eu realmente entender o significado daquela frase. Porque quem vive só de obras e costumes religiosos não entende o coração de Deus, mesmo porque nem O conhece de verdade...

A triste realidade é que eu deixei que meu trabalho me definisse como pessoa, como cristão...

Foi então que passei a olhar para o interior do copo, e não somente pelo exterior.

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade.
Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. 
Mateus 23:25-26

Então, quando fazemos algo para Deus, não podemos nos apoderar disso como nosso e deixar que isso se torne nosso. Temos que obedecer a Deus cada dia, nas direções que Ele nos manda, sem estarmos apegados ao que hoje conhecemos como nosso chamado, ministério, ou o que seja, o que vale é fazer o que Ele quer cada dia. 

Afinal a quem estamos servindo? A Ele ou a nós? Ou pior ainda ao 'nosso' ministério?

Quais as motivações por trás do que você faz?
- agradar aos outros
- ser bem visto diante de todos
- receber elogios
- se sentir bem consigo mesmo
- provar espiritualidade

...etc...


 Se você for apenas um servo, quando Ele disser vá, você irá, e quando Ele disser espere, você esperará.


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